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Mariana Morais Pinheiro

Mariana Morais Pinheiro

Articles (172)

Las 53 mejores ciudades del mundo en 2022

Las 53 mejores ciudades del mundo en 2022

Cada año, le preguntamos a miles de habitantes de ciudades de todo el mundo sobre la vida en su ciudad de origen. Indagamos acerca de la escena restaurantera y los mejores bares. Lo destacado en teatro y en las galerías de arte. También acerca de cómo son los vecinos y los barrios que consideran más cool. La idea es mostrar la vida global de cada ciudad y destacar los sitios que realmente entusiasman a los lugareños.   ¡Aquí están los resultados del Time Out Index 2022! Como siempre, hemos analizado todos esos datos y los hemos aprovechado para elaborar nuestra clasificación anual de las mejores ciudades del mundo. Durante los últimos dos años, la lista se ha enfocado en destacar cómo las ciudades se unieron durante la pandemia e hicieron de la vida (casi) tolerable durante los confinamientos. Pero ahora, después de dos años de restricciones para viajar, el mundo se está abriendo nuevamente y nosotros, como tú, estamos ansiosos por volver a salir. Nuestras principales ciudades este 2022 son las que cuentan con una vida nocturna próspera, comida y bebida increíbles, arte, cultura y museos en abundancia. También hemos aprovechado nuestra red global de editores y colaboradores expertos para obtener información privilegiada sobre lo que está de moda, lo que es nuevo y las tendencias. Si estás planeando una escapada por el mundo este año (especialmente si es la primera en mucho, mucho tiempo), estos son los lugares imperdibles.  

Onze pastelarias com fabrico próprio em Lisboa

Onze pastelarias com fabrico próprio em Lisboa

São das melhores coisas da cultura urbana e gastronómica portuguesa. E Lisboa está recheada a pastelarias, só que nem todas são as autoras das delícias que apresentam nas montras e ao balcão. A arte do fabrico próprio deixa a salivar muitos locais e visitantes e entrámos em algumas das casas que representam uma verdadeira tentação para os mais gulosos. Portanto, não deixe para amanhã o que pode fazer hoje, aproveite o pequeno-almoço, o lanche ou  qualquer hora do dia para ir experimentar as especialidades destas onze pastelarias com fabrico próprio. Prepare-se para sair de barriga cheia. Recomendado: Os melhores pequenos-almoços em Lisboa

Escapadinhas gastronómicas que valem a viagem

Escapadinhas gastronómicas que valem a viagem

Estão fora dos grandes centros urbanos, longe muitas vezes também das atenções mediáticas, percorrendo um caminho habitualmente mais difícil. São restaurantes que valem qualquer viagem, promovem a região, os seus produtos e produtores. O caminho pode ser longo e demorado, mas estas escapadinhas gastronómicas valem muito a pena e provam que quando é para se comer bem não há desvios. Há restaurantes com estrelas Michelin e chefs com ambições astronómicas, há comida de conforto e fine dining surpreendente. São programas para um dia ou para se deixar levar e ficar, quem sabe não acaba a descobrir outras boas paragens à mesa. Recomendado: Os melhores novos restaurantes em Lisboa

Pão-de-ló da Petúlia: dez mil ovos e um segredo bem guardado

Pão-de-ló da Petúlia: dez mil ovos e um segredo bem guardado

Um lanço de escadas separa dois mundos bem diferentes. No de cima, banhado pela luz do dia que entra pelas janelas e reflecte nas paredes espelhadas da Petúlia, confeitaria portuense com mais de meio século de histórias, convivem clientes de todas as idades. Sentam-se à mesa e pedem o habitual com o à-vontade de quem já os conhece há uma catrefada de anos. Por aqui tudo brilha, das loiças sobre as mesas às jóias das senhoras, das colheres que tilintam nas chávenas às amêndoas lustrosas, dos bolos glaceados atrás das vitrinas ao diploma Medalha de Mérito da Cidade, orgulhosamente pendurado na parede. Lá em baixo, como se a Petúlia fosse uma embarcação portentosa e a sua cozinha no porão trabalhasse sem cessar para alimentar uma tripulação esfomeada, refulgem as polidas bancadas de inox, resfolgam os fornos, giram batedeiras, esticam-se as massas. A poucos dias da Páscoa faz-se um aquecimento extra para uma das épocas mais intensas do ano. “Na verdade, comparando com o Natal, a Páscoa é uma brincadeira de crianças”, diz Filipe Moreira, o chef, que há mais de 20 anos veio estagiar para a Petúlia e por aqui ficou.  ©Marco DuartePetúlia Se em Dezembro perdem a conta às centenas de bolos-reis que fazem e vendem por dia – um dos melhores da cidade, disponível durante todo o ano e que cria longas filas de espera à porta – por esta altura a estrela é o pão-de-ló que, em tempos, ficou em primeiro lugar numa prova cega da Time Out Porto. “Nos dias da Páscoa chegamos a produzir entre 3

Três espectáculos para celebrar o Dia Mundial do Teatro no Porto

Três espectáculos para celebrar o Dia Mundial do Teatro no Porto

Celebrado pela primeira vez em 1962 pelo International Theatre Institute, o Dia Mundial do Teatro é assinalado a 27 de Março com eventos que reforçam o valor e a importância desta forma de arte. No distrito do Porto são várias as actividades programadas para este dia, destacando-se a convocatória da companhia Seiva Trupe, o programa especial do Teatro Nacional São João – com visitas guiadas, uma apresentação de um livro e leituras encenadas –, e ainda a programaçao especial para os mais pequenos. Bom espectáculo. Recomendado: Seiva Trupe: "Abril ficou por cumprir no teatro"

As melhores ideias de presentes para oferecer no Dia do Pai

As melhores ideias de presentes para oferecer no Dia do Pai

Não vá na cantiga. Estão sempre a dizer que não precisam de nada e que já têm tudo, mas a verdade é que ficam todos contentes sempre que recebem qualquer coisinha. Seja um desenho esborratado quando somos pequenos ou uma boina para a cabeça quando a idade já começa a pesar nos ombros. Os pais são os nossos primeiros heróis e merecem ser celebrados todos os dias, por isso, nesta lista com as melhores ideias de presentes para oferecer no Dia do Pai, vai encontrar experiências à mesa, como brunches e almoços, visitas a museus e passeios de eléctrico, mas também outras sugestões mais palpáveis, como livros e garrafas de vinho, porque, já se sabe, os pais não são todos iguais. Recomendado: As melhores lojas para comprar presentes para o Dia do Pai no Porto 

Seiva Trupe: “Abril ficou por cumprir no teatro”

Seiva Trupe: “Abril ficou por cumprir no teatro”

O pesado pano da cortina desceu sobre a Seiva Trupe – Teatro Vivo. Apagaram-se as luzes dos holofotes que iluminavam uma das mais antigas e importantes companhias de teatro do Porto, mas as vozes não se calaram. A histórica companhia, fundada em 1973 por Júlio Cardoso, Estrela Novais e António Reis, e que este ano celebra 50 anos, foi excluída dos apoios financeiros do Programa de Apoio Sustentado, para a área do teatro e para o quadriénio 2023-2027, subsidiado pela Direcção Geral das Artes. Apesar de ter recebido uma avaliação positiva, de 66%, que a tornava elegível, a não atribuição dos fundos colocou a sobrevivência da Seiva Trupe em risco.  Mas não foi a única. Com a vida em suspenso, porque as verbas esgotaram antes de todas as companhias elegíveis terem sido contempladas, ficaram também grupos como a Jangada – Cooperativa de Teatro Profissional, de Lousada; a Filandorra – Teatro do Nordeste, de Vila Real; a ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve; ou a Associação Lendias d'Encantar, do Alentejo. Na modalidade bienal, a Barraca e a Companhia Cegada, ambas da região de Lisboa, também ficaram de fora. Este é mais um duro revés na vida da Seiva Trupe, que nos últimos dez anos tem lutado por um espaço físico onde apresentar as suas produções, depois de ter sido despejada do Teatro Campo Alegre, em 2013, tendo por base o incumprimento no pagamento de uma dívida, e onde foi companhia residente durante 13 anos.  Em Março de 2022, depois de quase uma década a representar em out

Cinco coisas que precisa de saber sobre as novas Vila Marim Country Houses

Cinco coisas que precisa de saber sobre as novas Vila Marim Country Houses

Dizer que se conhece o Douro por inteiro é uma falácia. Porque há sempre um pedaço de chão, coberto de xisto e de vinha, disposto a surpreender-nos com mais uma novidade. É ao virar de uma curva, profunda e bem vincada, pouco depois de Mesão Frio, que ficam as Vila Marim Country Houses. Esta nova unidade de enoturismo do Grupo Terras e Terroir, da qual fazem também parte a Quinta da Pacheca, a Caminhos Cruzados, a Quinta do Ortigão e a Quinta S. José do Barrilário, foi remodelada e inaugurada em Outubro do ano passado e além de bonitas casas imersas na paisagem, oferece um silêncio abraçador e reparador que só se encontra por estes lados. Recomendado: As melhores quintas e hotéis com programas de enoturismo no Douro

Os melhores hambúrgueres no Porto

Os melhores hambúrgueres no Porto

Nesta cidade também se faz arte entre duas fatias de pão. Quer uma prova? Então agarre esta lista com os melhores hambúrgueres no Porto, faça um intervalo na dieta e espete-lhes os dentes. Bacon, queijo de diferentes variedades, tomate, cebola confitada e alface são alguns dos ingredientes que complementam as cerca de 150 gramas de carne ou outras opções vegetais, que dão vida aos hambúrgueres. Ao lado há doses de batatas fritas e muitos molhos, como se quer. Bom apetite. Recomendado: As melhores batatas fritas no Porto

Lampreias feias, vacas pequenas e abelhas mansas. Assim é feito o castiço Minho do João

Lampreias feias, vacas pequenas e abelhas mansas. Assim é feito o castiço Minho do João

A lampreia é para gente rija. Não é para estômagos fracos, nem para quem fica na cama a mandriar. É para quem se levanta com a alvorada, ao primeiro canto das cotovias, quando ainda nem sequer o sol se dignou a romper a intangível curvatura da Terra. Venâncio manuseia com as mãos calejadas as armadilhas instaladas, geração após geração, nas pesqueiras ao longo do rio Minho, nesse curso acidentado, rochoso e de águas frias e furiosas, que volta e meia prega partidas ao mais experiente dos pescadores. Mas a sua ferocidade não afasta o Venâncio dos cabelos grisalhos e bigode farto que lhe devota todo o seu amor e que em troca lhe pede apenas que o rio não se esqueça dele quando ele morrer. Venâncio é uma das personagens desta história, feita de muitas outras que compõem a informação genética de uma região pulsante em gastronomia, natureza e tradições. Mas esta é também a história que João Rodrigues começou a contar há alguns anos e que segue agora expedita pelo país, a bordo do seu ambicioso projecto João Rodrigues em Residência, um restaurante itinerante (muito mais do que isso, até) que irá percorrer 12 regiões em 12 meses. Depois de Boticas, em Trás-os-Montes, no mês de Janeiro, o chef instalou-se em Melgaço no último fim-de-semana, dias 18 e 19 de Fevereiro, bem perto da raia, lá no vaidoso Alto Minho, onde deu a conhecer, entre muitas outras coisas, a lampreia escalada, salgada e fumada durante sete dias pelas mãos hábeis de João e Dinda; ou os bons queijos de cabra da marc

Lampreias feias, vacas pequenas e abelhas mansas. Assim é feito o castiço Minho do João

Lampreias feias, vacas pequenas e abelhas mansas. Assim é feito o castiço Minho do João

A lampreia é para gente rija. Não é para estômagos fracos, nem para quem fica na cama a mandriar. É para quem se levanta com a alvorada, ao primeiro canto das cotovias, quando ainda nem sequer o sol se dignou a romper a intangível curvatura da Terra. Venâncio manuseia com as mãos calejadas as armadilhas instaladas, geração após geração, nas pesqueiras ao longo do rio Minho, nesse curso acidentado, rochoso e de águas frias e furiosas, que volta e meia prega partidas ao mais experiente dos pescadores. Mas a sua ferocidade não afasta o Venâncio dos cabelos grisalhos e bigode farto que lhe devota todo o seu amor e que em troca lhe pede apenas que o rio não se esqueça dele quando ele morrer. Venâncio é uma das personagens desta história, feita de muitas outras que compõem a informação genética de uma região pulsante em gastronomia, natureza e tradições. Mas esta é também a história que João Rodrigues começou a contar há alguns anos e que segue agora expedita pelo país, a bordo do seu ambicioso projecto João Rodrigues em Residência, um restaurante itinerante (muito mais do que isso, até) que irá percorrer 12 regiões em 12 meses. Depois de Boticas, em Trás-os-Montes, no mês de Janeiro, o chef instalou-se em Melgaço no último fim-de-semana, dias 18 e 19 de Fevereiro, bem perto da raia, lá no vaidoso Alto Minho, onde deu a conhecer, entre muitas outras coisas, a lampreia escalada, salgada e fumada durante sete dias pelas mãos hábeis de João e Dinda; ou os bons queijos de cabra da marc

Os melhores sítios para comer brownies no Porto

Os melhores sítios para comer brownies no Porto

É com chocolate, manteiga, açúcar e ovos que se fazem as melhores coisinhas desta vida. Entre elas, os brownies que enchem o olho e as barrigas dos mais gulosos. A pensar em si que não resiste a um docinho ao lanche ou no final da refeição, reunimos nesta lista alguns dos melhores exemplares disponíveis na cidade. Uns mais tradicionais, outros com variações inusitadas e outros ainda com coberturas caprichadas – todos merecem uma dentada sua. Ou várias. Recomendado: Os melhores chocolates no Porto

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Casa no Castanheiro

Casa no Castanheiro

Se procura silêncio, calma, esta casa no meio da natureza, rodeada de castanheiros, carvalhos e pedras cobertas de musgo, é o seu destino. Fica perto da aldeia de Valeflor, na Beira Alta, num vale entre Trancoso e Mêda, com vista para a Serra da Marofa. A Casa no Castanheiro, em funcionamento desde 2021, é um refúgio, um lugar para recarregar energias longe do bulício diário e citadino. Mas não é um refúgio qualquer. Esta casa especial é composta por uma estrutura modular, feita com madeira e cortiça, que abraça um castanheiro quase secular. O projecto arrojado fez com que o arquitecto João Mendes Ribeiro vencesse o Prémio Nacional de Arquitectura em Madeira de 2021 e fosse nomeado para o prémio de arquitectura contemporânea Mies Van der Rohe, que será revelado em Abril deste ano. Mas vamos aos pormenores. Não é um hotel, avisam, por isso não conte com serviço de quartos sempre à disposição. As visitas que receberá durante a sua estadia poderão ser de lebres e pássaros mais curiosos. Por ser pequena – a área total é de 25 metros quadrados – só tem um quarto, pelo que está aconselhada para dois adultos e uma criança, no máximo. Tem casa de banho com chuveiro, kitchenette, wi-fi e uma salamandra para aquecer os dias mais frios e encher as noites de romantismo.

Gavião Nature Village

Gavião Nature Village

A poucos dias de celebrar o primeiro aniversário, o Gavião Nature Village, projecto que saiu das mãos de quatro amigos de infância, é um daqueles casos que chuta para canto o campismo lamacento e os banhos de água fria. Com 13 tendas glamping, bem equipadas e decoradas como se de um hotel se tratasse; e dez cork shelter, pequenas casinhas com capacidade para duas, quatro e oito pessoas, muito confortáveis e funcionais, promete facilitar o contacto com a natureza e tornar a experiência memorável. Além das casas/quartos de diferentes tipologias (a maior tem uma pequena sala de estar), possuem três tipos de tendas: para uma escapadinha romântica (vai poder dormir numa cama redonda); para umas férias em família (além da cama de casal, há um beliche); e para um convívio entre amigos (com quatro camas individuais). Todas instaladas sobre estrados de madeira e com mobiliário ecológico e sustentável. As tendas deste glamping de quatro estrelas perto de Portalegre são climatizadas, possuem televisão, casa de banho privativa, minibar, chaleira e outras comodidades. De manhã, um pequeno-almoço buffet espera por si. A seguir, é tempo de explorar o circuito wellness, com jacuzzi, banho turco e sauna.

Amor & Farinha

Amor & Farinha

É impossível não querer levar um exemplar de cada um dos pães que repousam na estante. E o mais provável é sair desta pequena padaria cheio de sacos nos braços. Pão de alecrim, pão de batata doce e coco, de arroz, de iogurte e arandos, com abóbora, canela e nozes, e de chia com sésamo tostado são alguns dos que poderá comprar aqui. Todos bons. Todos de fermentação lenta, agradavelmente tostados e crocantes. Também têm focaccias com tomate seco, cebola roxa, pimento, cogumelos e manjericão; empadas de legumes; bolos caseiros, como o muito guloso brownie de chocolate; e, mais recentemente, croissants, que é o que nos interessa hoje. São caseiros, feitos com massa mãe e doses generosas de manteiga, e levedam de um dia para o outro. Há-os simples (1,80€), com chocolate ou com manteiga de amendoim (ambos a 2€).

Brites

Brites

A lista de ingredientes para fazer estes croissants é longa, mas o mais importante é o tempo. “A Brites é uma padaria e pastelaria de fabrico artesanal, onde se opta pelo melhor processo e onde se respeita o tempo de cada produto. O tempo é, aliás, o ingrediente mais importante”, insiste Verónica Dias, a jovem padeira de 29 anos que abriu, em meados de Janeiro, este espaço onde pães, baguetes e bolos crescem ao seu próprio ritmo. “O pão e a viennoiserie, a pastelaria francesa, é toda de fermentação natural e longa. Faço bolas de Berlim, donuts e croissants franceses, por exemplo, que são a nossa imagem de marca. Levam 50% de manteiga”, conta. Mas não uma manteiga qualquer. A massa leva uma manteiga açoriana e no processo de laminação (que dá ao croissant o seu aspecto folhado), Verónica opta por uma manteiga francesa com 84% de gordura e extra seca. “Isto faz com que o croissant se torne mais amanteigado, leve e crocante”. O processo é moroso, complexo: exige três dias, da preparação à confecção. No primeiro faz-se a massa, no segundo lamina-se e no terceiro coze-se. Além dos croissants simples (1,50€), speculoos, toffee de chocolate, ganache e gianduia, que é uma mistura de chocolate e avelã, são alguns dos recheios (entre 2€ e 2,30€) que passam pelas vitrinas deste novo e tentador espaço.

Cantina de Ventozelo

Cantina de Ventozelo

Os National Geographic Traveller Hotel Awards elegeram, em Setembro passado, os 39 melhores hotéis em 2021 em todo o mundo. E há apenas um português na lista: a Quinta de Ventozelo, em Ervedosa do Douro, no concelho de São João da Pesqueira, que foi seleccionada como uma das três melhores escapadinhas gastronómicas. Na Cantina de Ventozelo, local onde antigamente eram servidas as refeições aos trabalhadores, agora servem-se pratos da autoria de Miguel Castro e Silva, que aposta no receituário regional e numa oferta “quilómetro zero”, ou seja, as ementas adaptam-se ao que a natureza fornece. É por isso que muitos dos produtos vêm das hortas da quinta, como a beterraba, o feijão-verde, as couves, as acelgas, o tomate coração de boi, os figos, os marmelos e o azeite. Quando algo lhes falta, como é o caso da carne maronesa, procuram produtores na proximidade, e sempre que é possível, trocam directamente os excedentes com os vizinhos. Se lhes fizer uma visita, conte com almoços ou jantares informais, onde serão servidos pratos de forno, como costela maronesa ou cachaço de porco bísaro, ou pratos de tacho, como feijoada ou rancho. Ao domingo há cabrito.

Naperon

Naperon

“Restaurante de aldeia. Menu sazonal. Produtos locais”. É assim que o Naperon se apresenta, o primeiro restaurante a solo de Hugo Nascimento, depois de longos e bons anos ao lado de Vítor Sobral em projectos como a Tasca da Esquina, em Lisboa. Em Setembro de 2019, o chef abalou com a família para Odeceixe, onde abriu este pequeno espaço despretensioso – só tem 30 lugares – nas Casas do Moinho, projecto turístico onde já costumava passar férias. Aqui servem dois menus de degustação que vão mudando quinzenalmente. Um tem seis momentos (60€) e o outro é servido em três tempos (38€). Anchova, batata doce, tomate, azeitona e coentros; cabeça de xara em bolo lêvedo; pudim de medronho com “farofa” de poejo; e chocolate, maracujá, noz e caramelo salgado são apenas algumas das criações com as quais Hugo já presenteou quem por lá passou.

Wine District

Wine District

Este restaurante e wine bar, inaugurado em meados do mês no Chiado, não podia ter aberto as portas em melhor altura. Agora que Jeroen Dijsselbloem, o presidente do Eurogrupo fez questão de frisar que os países do Sul gastam tudo em álcool e mulheres, este é, decididamente, o local ideal para vir esbanjar o seu ordenado (no bom vinho que vendem, entenda-se). Mas deixemo-nos de brincadeiras. Quem olha para a fachada do número 44 da Rua Ivens não imagina que para lá da montra de vidro se estende um espaço bem versátil, com um balcão com 36 lugares feito de madeira de carvalho americano e francês (o mesmo de que são feitas as barricas onde estagia o vinho), uma mezzanine resguardada com mesas e sofás, uma esplanada interior e ainda uma antiga cisterna do tempo do Marquês que, em breve, vai ser usada como sala de provas de vinho e para workshops. “Os proprietários deste espaço são donos da Quinta de São Sebastião, uma marca de vinhos de Arruda dos Vinhos, e queriam criar um espaço onde ele pudesse ser apreciado. E como para se beber vinho, também é preciso comer, surgiu este projecto”, explica Júlio Fernandes, um dos responsáveis, juntamente com Tomás Marinho. Na carta há, sobretudo, petiscos. Uns em conserva, como o povo com azeitonas e picles (9€), as sardinhas com cebolinhas e menjericão (5,90€) ou a moxama de atum com laranja e amêndoa (10€), e outros em cima de tábuas. Os presuntos Pata Negra DOP com 40 meses de cura, e os queijos da Serra DOP são os que mais brilham na ement

Viarco

Viarco

As instalações velhas fazem parte do charme. A Viarco, em São João da Madeira, tem um carisma inexplicável: cheira a papelaria antiga e a bancos de escola. Esta história começa no piso inferior, num armazém negro pintado pelas minas que se espalham pelo chão, por cima das bancada s
e no rosto de quem mistura grafite, argila e água para fazer o primeiro passo no processo de fabricação de um lápis: a mina. Esta secção, à qual também chamam de “cápsula
do tempo”, está repleta de máquinas em funcionamento desde a fundação da fábrica, em 1936, em Vila do Conde, por Manoel Vieira Araújo. Daqui seguimos para a arredondagem. Colocam-se duas placas de madeira, já com a forma bruta de um lápis – usam maioritariamente madeira de cedro da Califórnia –, em redor da mina e afina-se o objecto. Por fim, os acabamentos, altura em que os lápis passam por várias camadas de tinta sobre um tapete rolante. Porém é também neste antigo espaço, repleto de nostalgia, que se fazem alguns dos produtos mais inovadores do segmento. O Art Graf Taylor, por exemplo, é a estrela
da companhia: um composto de caulino, pigmento e talco, que resultou numa ferramenta versátil, de forma quadrada, que faz lembrar o giz dos alfaiates. Consoante a forma como for usado, pode ser tinta, pastel, aguarela ou lápis de cor, ou seja, com ele
 é possível fazer traços mais finos ou mais grossos, usar muita ou pouca água. Como é fácil de imaginar, nem sempre a vida da Viarco foi colorida como os seus lápis de 
cor. E a marca, q

Oliva - Oficinas Metalúrgicas

Oliva - Oficinas Metalúrgicas

Tanto a Fepsa como a Viarco fazem parte de um projecto de turismo industrial, criado em 2012 pela Câmara Municipal de São João da Madeira, que tem como objectivo preservar e dar a conhecer o legado arqueológico industrial do concelho através de circuitos turísticos. As visitas começam todas aqui, na torre que vê na imagem, onde funcionou a Oliva – Oficinas Metalúrgicas, a fábrica de António José Pinto de Oliveira, fundada em 1925. Inicialmente dedicada à fundição e à serralharia, neste complexo industrial produziram-se, ao longo de quase 90 anos, alfaias agrícolas, materiais para a indústria chapeleira (que sempre foi muito forte no concelho), fogões de cozinha, ferros de engomar e até torneiras. Só mais tarde, no final da década de 40, é que começaram a produzir as máquinas de costura que a tornaram famosa e líder no mercado durante mais de 30 anos. Depois de vários processos de insolvência, a Oliva fechou as portas em 2010, mas a Câmara Municipal não a deixou morrer e deu-lhe uma uma nova vida, agora, ligada ao turismo.

Arcádia

Arcádia

A Arcádia é uma armadilha para gulosos, e até os mais pequenos e inofensivos bombons, que nos fazem olhinhos nos tabuleiros, parecem conspirar contra nós para serem comidos com sofreguidão. Trabalham sobretudo com chocolate belga negro 51% cacau e chocolate belga de leite com 31% cacau. É aquecido até 45º e depois arrefecido até 27º para que fique com as características ideais de brilho, suavidade, sabor e qualidade que um bom chocolate deve ter. 

Cervejaria Liberdade

Cervejaria Liberdade

4 out of 5 stars

The construction of the Tivoli Avenida da Liberdade have dictated the closure of Brasserie Flo (rest in peace) and the birth of the uber-chic shellfish restaurant with cloth towels and impeccable service - but be aware that the tartar steak remains in the menu, phew! Start with the prawns from the Algarve that arrive with the couvert, follow through with a dose of seafood, have some sashimi (why not?) and then advance to the roosterfish fillets or a black pork slices. The perfect finish is made with the cacao mousse, very bitter. Perfect for: a seafood platter out of the box, ie without stainless steel platters and cutlery noises.Must try: the santola shell.

Água pela Barba

Água pela Barba

4 out of 5 stars

It's one of those infallible recommendations when someone asks, "where’s cool cheap place to go and have dinner?" Água pela Barba fits like a glove in this request and has a very fish and shellfish-oriented menu, with dishes to share. From the fried fish tacos to the fish ceviche, from the sea rice to the crab on the bread, here the exception to the ocean is seen in only two pork dishes and their beautiful desserts – be sellfish and ask for the shackles just for you. Perfect for: a lively friends dinner, without suffering in the end.Must try: the burrata with almond pesto and grilled shrimp.

News (335)

Há um novo Guia do Douro nas bancas

Há um novo Guia do Douro nas bancas

O Douro é a soma de várias partes: é mais do que a água do seu rio, a terra dos seus solos agrestes e trabalhosos e mais do que o fogo que crepita nas lareiras das salas e das cozinhas das casas antigas. É uma lufada de ar fresco dada a quem o visita, um sopro de espanto e humildade, como se a cada momento a natureza nos quisesse mostrar o pequeno lugar que ocupamos na imensidão do mundo. O Douro, feito de contrastes, é a luz que amadurece a fruta nos pomares e que enche de doçura as uvas sumarentas que se apanham por altura das vindimas. Mas é também a sombra que envelhece o vinho escondido em garrafas e pipas cobertasde pó, em caves enterradas no solo profundo. É feito das pessoas que o habitam e das suas mãos calejadas. As mesmas que há vários séculos ergueram os muros de xisto que suportam as videiras; que descascam as batatas para o cabrito de domingo; e que moldam uma olaria típica que se recusa a cair no esquecimento. O Douro, que pertence a poetas e agricultores, é belo para onde quer que se aponte uma rosa dos ventos. E por causa das suas vinhas, que parecem bordadas a ponto de cruz nas encostas, da sua fauna e flora que cresce selvagem, e do maravilhoso vinho que daqui sai para todo o mundo, é que em 2023, em conjunto com 19 municípios, foi distinguido como Cidade Europeia do Vinho. Se motivos faltassem para visitar este “excesso da natureza”, como Miguel Torga um dia o descreveu, neste guia da mais bonita região vinhateira encontra outras tantas razões que o vão fa

Gastro by Elemento: brincar com o fogo é só para quem sabe

Gastro by Elemento: brincar com o fogo é só para quem sabe

Ramos de acácia e de azinheira crepitam no fogo, soltando pequenas faúlhas. Ardem no forno a lenha, aceso e em combustão desde a hora de almoço, mas também no fogão a lenha ao fundo, bonito e lustroso e uma peça única feita de propósito para ali. Demorou um ano e meio até ficar pronto. No Gastro by Elemento, o novo restaurante do chef Ricardo Dias Ferreira e de Patrícia Lourenço, a chef de sala – ambos também donos do Elemento, na rua do Almada, em pleno coração portuense –, o fogo é primordial, estrela principal de um requintado espectáculo gastronómico. “O Gastro é uma evolução do Elemento. Segue uma linha mais de fine dining, com o foco no fogo, e tem uma disponibilidade diferente. Aqui, o objectivo é que o cliente desfrute do espaço e da experiência com tempo e tenha mais contacto com os cozinheiros. No Elemento rodamos a sala, aqui não. Entras às 19.00 e sais às 23.00, se for caso disso”, explica Ricardo, que já passou pelas cozinhas do Midori e do Arola, no Penha Longa, em Sintra; fez a abertura do The Yeatman, em Vila Nova de Gaia; e trabalhou com Martin Berasategui, com três estrelas Michelin, em San Sebastian, antes de regressar a Portugal depois de sete anos na Austrália. ©DRGastro by Elemento Ring of Fire de Johnny Cash toca baixinho nas colunas. O som sobe pelo pé direito alto até chegar aos tectos em betão, preenchidos por candeeiros de metal que iluminam o espaço com uma luz ténue e confortável. A estética deste restaurante nas Antas, fora do centro da cidade

De olhos postos no Oriente. O Asia Connection é o novo gastrobar do Porto

De olhos postos no Oriente. O Asia Connection é o novo gastrobar do Porto

Conecte-se ao Oriente. Sem vistos, voos ou horas perdidas à conta do jet lag. A passagem para o continente asiático está facilitada e faz-se agora através da porta de embarque 81, na rua da Fábrica, em plena baixa portuense. Do lado de lá das grandes portas de vidro que separam o Porto do Asia Connection, o mais recente projecto de Miguel Camões – empresário que detém casas bem conhecidas da Invicta, como o The Gin House, a Vermuteria da Baixa, o The Royal Cocktail Club ou o Zapata by Chakall – imperam os tons quentes das mesas de madeira e dos sofás em veludo, as luzes baixas, a garrafeira recheada e iluminada, os néones que incentivam à dança, pendurados na parede atrás de uma mesa de mistura, e um mural criado pelo street artist Fedor. Nele, ruge, ameaçador, um tigre amarelo ao lado de uma máscara de samurai, com canoas e o monte Fuji a ilustrar o cenário ao fundo. “O nosso objectivo é criar e abrir espaços com conceitos diferentes e ainda não tínhamos um que abordasse a componente asiática”, conta Miguel Camões, que começou a pensar no projecto há ano e meio. “O Asia Connection é um gastrobar, onde acontece uma fusão entre a cozinha e a coquetelaria, e que funciona de uma forma muito versátil. Tanto pode servir quem vem beber um copo ao fim da tarde e petisca qualquer coisa, como quem vem jantar e até fica para dançar, já que temos DJ sets. A ideia é as pessoas usarem este espaço da forma que melhor entenderem”. ©DRAsia Connection A carta do restaurante – que contou com

Generosa: a deusa da fermentação e o novo espaço de pão e pizzas no quarteirão das artes

Generosa: a deusa da fermentação e o novo espaço de pão e pizzas no quarteirão das artes

É impressionante como em 26 metros quadrados cabe tanta coisa boa. Sobre o balcão, avistam-se da rua generosas fatias de pizza romana, altas e fofas; focaccias onde dá vontade espetar o dente; pães de trigo, integrais ou especiais carregados de sementes; baguetes estaladiças; e babkas de chocolate e rolinhos de canela vistosos que se querem dentro de um saco para levar para casa (entre os 2,50€ e os 5€). Até pode ser pequena, esta Generosa, mas não passa despercebida a quem se cruza com ela, não resistindo a deitar-lhe uma mirada gulosa pelo canto do olho.  O mais recente projecto de Gustavo e Gabriela – donos do Genuíno, um bar de vinhos naturais, umas portas ao lado, cheio de coisas boas para comer – e agora também de Jorge, o chef padeiro responsável, abriu em meados de Março e já tem clientes fiéis que lhes esgotam a produção do dia enquanto o diabo esfrega um olho. “O pão acaba sempre. A produção não é grande, é certo, mas esse também não é o nosso objectivo”, começa Gustavo, dando início à história deste triângulo amoroso em torno de pães, massas e leveduras naturais.  ©Marco DuarteGenerosa “Nós estávamos muito interessados neste cantinho aqui e já conhecíamos o Jorge há muito tempo, ele é o mestre da fermentação [risos], por isso, quando o espaço ficou vago, ligámos de imediato: ‘Jorge, vamos fazer o negócio de pão e pizza?’ E ele topou na hora”.  Padeiro há sete anos, Jorge, que tal como os dois amigos trocou o Brasil pelo Porto, faz pães de fermentação longa e natu

No Porto presta-se culto ao pão pita e a outros pratos do Médio Oriente

No Porto presta-se culto ao pão pita e a outros pratos do Médio Oriente

Ao que parece o Cupido acertou-lhe em cheio. Ainda David Hashpai, acabado de aterrar, não tinha recolhido a bagagem no aeroporto Sá Carneiro e já estava perdido de amores pelo Porto. “No momento em que pousei aqui os pés, apaixonei-me. O vosso clima faz-me lembrar o de Israel, sente-se uma grande hospitalidade por toda a parte e as pessoas são muito chill”, conta agradado o dono do Cult of Pita, o novo restaurante na rua de Fernandes Tomás, mesmo de frente para o Mercado do Bolhão, que pretende revolucionar a comida de rua do Médio Oriente, servindo-a de uma forma relaxada e descontraída num ambiente urbano-industrial. “Mas o mais incrível foi quando estava numa penthouse na Foz e percebi que dali podia ver o mar e a praia. Foi perfeito”. O espaço abriu no final de Abril, mas o namoro já vai longo. Há sete anos recebeu uma proposta para vir conhecer a cidade, por intermédio de uns amigos que pertencem à comunidade israelita na Invicta. “Nessa altura, o Porto era uma cidade muito diferente. Muito mais sombria, com muitos edifícios abandonados e num estado de negligência muito grande. É espectacular ver como tudo mudou. Este espaço, por exemplo, era uma phone shop onde se arranjavam telemóveis”, conta, acrescentando que sabe que está numa zona privilegiada, junto a um dos mais importantes mercados e ao lado de uma das artérias mais movimentadas da cidade, a rua de Santa Catarina.   ©DRCult of Pita   O Cult of Pita é o seu primeiro projecto fora de Londres, onde vive com a fam

Mira Mira que coisa mais linda. O novo restaurante de Ricardo Costa revela o lado descontraído do chef

Mira Mira que coisa mais linda. O novo restaurante de Ricardo Costa revela o lado descontraído do chef

Soa quase como uma interjeição, como se alguém a todo o momento nos quisesse alertar para o que não podemos perder. “Mira, mira os barcos no Douro, a navegar”; “mira o casario do Porto visto daqui, tão bonito”; “mira o pôr-do-sol seráfico, a ponte D. Luís, os telhados alaranjados dos armazéns gaienses que guardam o vinho”. “Mas mira, sobretudo, a comida que aqui se faz”. Desde meados de Abril que o restaurante Mira Mira, no WOW, tem assinatura de Ricardo Costa, o chef galardoado com duas estrelas Michelin no restaurante gastronómico The Yeatman, e que neste novo espaço apresenta dois menus de degustação mais informais e descontraídos, sem, contudo, esquecer a alta cozinha que o caracteriza. Aqui encontram-se “pratos complexos a nível de sabor, mas visualmente mais simples, com três ou quatro coisas por prato”, explica o chef, acrescentando que a ideia “é que a experiência seja divertida, num espaço moderno, cheio de luz”. “Este sítio inspirou-me a ser um pouco diferente. Diferente do que fazemos no The Yeatman e do que se faz nos outros 12 restaurantes aqui do WOW, além dos de Gaia. Ou seja, criamos aqui uma mistura de fine dining mas sem ser muito forçado, uma alternativa ao The Yeatman, com um bom serviço de vinhos, um bom serviço de sala e com estas vistas”. ©DRSalmonete com polvo, pimentos e salada Primavera/Mira Mira A aposta vai para os peixes e mariscos, “uma vez que estamos ao lado do Atlântico”, continua o chef, que apresentará também pratos de carne, assim como um

A Florbela é a nova pâtisserie de inspiração francesa no Porto

A Florbela é a nova pâtisserie de inspiração francesa no Porto

Vai ser um pouco difícil não amar perdidamente os doces de inspiração francesa que se servem agora na nova pâtisserie do Torel Palace Porto. Baptizada de Florbela, em homenagem à poetisa portuguesa Florbela Espanca, esta pastelaria bem ao estilo parisiense instalou-se na biblioteca do hotel de cinco estrelas, na Batalha, também ele com queda para a literatura. Destino esse que ficou traçado desde cedo, ainda durante as obras de remodelação do edifício, que já foi sede da Real Companhia Velha, empresa ligada ao vinho do Porto e também uma escola. Nessa altura, foi encontrada numa das salas de aula, hoje transformadas em luxuosos quartos, uma antiga pintura do escritor Almeida Garrett.   O mote estava dado. Aos restantes quartos – que receberam nomes como Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner Andresen, Eça de Queirós, Luís de Camões ou Bocage –, juntou-se primeiro o Blind, o restaurante gastronómico que é uma homenagem a José Saramago e à sua obra Ensaio sobre a Cegueira; e agora também este recanto acolhedor. Com sofás e poltronas confortáveis, do tecto pendem livros, suspensos por fios quase invisíveis. Eurico, o Presbítero, de Alexandre Herculano, e um ensaio de Erasmo de Roterdão parecem acenar-nos lá de cima. ©DRFlorbela “O hotel tinha de ter uma biblioteca, até porque quando o edifício acolhia o antigo ISCAP [Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto] era aqui que funcionava a reprografia. Temos muitos antigos alunos que entram para matar as saudad

Good Food & Good Mood Market: o mercado que o vai deixar bem-disposto e de barriga cheia

Good Food & Good Mood Market: o mercado que o vai deixar bem-disposto e de barriga cheia

Ah! A Primavera e o bom tempo e a vontade de sair de casa para andar a espreitar tudo o que os mercados pop-up têm para oferecer. O próximo, que acontece já este fim-de-semana, nos dias 21 e 22 de Abril, no Mercado do Bolhão, tem tudo para o deixar bem-disposto e de barriga cheia. O Good Food & Good Mood Market vai ter à venda doces e salgados, vinhos, licores e sumos de fruta, propostas mais saudáveis e outras mais gulosas, assim como uma série de cerâmicas de cozinha e outros têxteis para a casa, de marcas de design português.  Catarina Rio e Francisca Guimarães são as mentoras do projecto e responsáveis por esta primeira edição do evento gastronómico, que contou com uma espécie de “projecto piloto” em Dezembro passado. Chamava-se Um dia no Mercado, estava mais direccionado para as áreas de lifestyle, decoração e vestuário e, em dois dias, recebeu mais de 35 mil visitantes, entre portuenses e turistas. Agora, com as temperaturas a subir, o foco vai para a comida, em especial para a street food, boa para acompanhar um copo de vinho ou outra bebida fresca.  ©DRGood Food & Good Mood Market   “O mercado que fizemos aqui, em Dezembro, foi um sucesso, mas por razões de estratégia, o Mercado do Bolhão decidiu não apostar mais na área do lifestyle e deu preferência a eventos relacionados com gastronomia. Desta forma, adaptamo-nos e a adesão das marcas foi extraordinária, especialmente daquelas que não teriam tanto espaço em outros mercados”, começa Francisca, acrescentando que ap

Terroir Brasserie: o novo restaurante de Gaia com Henrique Sá Pessoa aos comandos

Terroir Brasserie: o novo restaurante de Gaia com Henrique Sá Pessoa aos comandos

A expressão popular “comer com os olhos” ganha aqui ainda mais significado. Para onde quer que se olhe, dá vontade de sorver tudo com sofreguidão. Da bonita decoração que se estende da recepção – com sofás confortáveis, bibelots escolhidos a dedo e armários trabalhados com minuciosas incrustações em marfim –, aos quartos luxuosos que acomodam hóspedes vindos de todo o mundo. Mas não só. Além do Vinha, o restaurante fine dining do espaço, inaugurado no ano passado, agora há mais um motivo para se chegar com fome a este Vinha Boutique Hotel, em Vila Nova de Gaia: o Terroir Brasserie, também sob a alçada e comando do chef Henrique Sá Pessoa. “O Terroir Brasserie surge no sentido de complementar a oferta gastronómica do hotel com uma proposta mais descontraída e informal, uma vez que queremos elevar o nível do Vinha, encaminhá-lo para um outro tipo de experiência, mais sofisticada”, começa por explicar o chef com duas estrelas Michelin no seu restaurante Alma, em Lisboa, que não põe de parte a ambição de conquistar uma para o Vinha também. “Quanto ao Terroir Brasserie, tem portugalidade e uma linha mais clássica que me caracteriza, mas não quero que a sua carta tenha muito storytelling ou seja demasiado conceptual. Não quero que seja estática, por isso, vai ter novidades com frequência”. ©DRTerroir Brasserie Para já, nas entradas, convivem harmoniosamente propostas frescas e arrojadas, como ovo a baixa temperatura com batatas, cogumelos e presunto; peixinhos da horta com molho

Bolinhos do Jorge: a tentação mora mesmo aqui ao lado

Bolinhos do Jorge: a tentação mora mesmo aqui ao lado

De metro ou de comboio, não será difícil lá chegar. Basta apurar o olfacto e seguir o cheirinho a bolos acabados de fazer. Desde inícios do mês, entre o Heroísmo e Campanhã, há uma nova e obrigatória paragem a fazer, especialmente se for um guloso inveterado, sempre pronto a espetar o dente num docinho caseiro e a atirar com a dieta às urtigas. É que a Bolinhos do Jorge, marca criada por Jorge Santos e que tantos portuenses conquistou pelo estômago, tem novamente um espaço físico onde uma série de gulodices se exibem descaradas nas vitrinas. “Se me perguntassem em finais de Janeiro ou meados de Fevereiro se gostaria novamente de abrir uma loja, diria prontamente que não, que nunca mais na vida”, ri Jorge, ainda incrédulo com as voltas que a vida dá. “Mas, depois, o bichinho começou a despertar, muito por causa dos pop-ups que fui fazendo nos últimos tempos e que me voltaram a pôr em contacto com o público”, diz o dono e pasteleiro.  ©MMPBolinhos do Jorge Perceber a satisfação no rosto das pessoas, enquanto lhes servia os seus bolos às fatias, foi um dos grandes catalisadores para que Jorge avançasse com a decisão de arranjar um novo espaço. “Isso e porque é um compromisso muito grande comprar um bolo inteiro sem me conhecer. Assim, aqui, podem provar tudo antes ou comer uma fatia sem ter de comprar um bolo completo”, acrescenta, desaparecendo para ir desligar o alarme do forno que começou repentinamente a tocar. Passam poucos minutos das 11 da manhã e Jorge já aviou uma dat

Da Índia para a rua do Rosário com muito Swaad

Da Índia para a rua do Rosário com muito Swaad

Rishi Jacob vende saúde. Em forma de medicamentos, já que há sete anos trocou a Índia para vir trabalhar para Portugal na gigante farmacêutica Bial; mas também em forma da boa comida que serve no seu mais recente restaurante. “Sempre gostei muito de cozinhar e fazia-o muitas vezes para os meus amigos que apreciavam a forma como eu preparava as refeições, quase sempre confeccionadas com ingredientes saudáveis”, conta Rishi. Determinado em levar o seu sonho por diante, em 2019 abriu em Matosinhos o seu primeiro espaço e agora, quatro anos mais tarde, inaugurou o segundo, no coração do Porto, na rua do Rosário.  “Swaad significa sabor e é isso que queremos apresentar aqui também. A nossa comida é diferente. Como somos do sul da Índia, do estado de Kerala [na Costa do Malabar e o único onde se come carne de vaca], a comida que fazemos é típica dessa região”, explica o dono, acrescentando que a grande diferença é que não usam “nem natas, nem manteigas” e têm nos idli, feitos com arroz e lentilhas e cozinhados a vapor; nas dosas, uma espécie de panqueca fina e grande, feita com os mesmos ingredientes e que fermenta 24 horas; e nos appam, uns crepes de arroz e coco, os grandes ex-libris da sua culinária natal. ©Marco DuarteSwaad “No norte a comida é mais rica, mais gulosa. Aqui trabalhamos os sabores de outra forma, apostamos em produtos frescos, como a cebola, o tomate e as ervas aromáticas, e as nossas especiarias vêm quase todas da Índia. Assim como as lentilhas. Só para ficare

Mostra Internacional de Teatro une Europa e Ásia no norte do país

Mostra Internacional de Teatro une Europa e Ásia no norte do país

A Europa e a Ásia voltam a ficar mais próximas quando o pano sobe. À conta do teatro que levam pelo mundo, esbatem as fronteiras que lhes foram impostas e a sua arte cénica ganha novamente vida, desta vez, na segunda edição da Mostra Internacional de Teatro (MIT) – Sem Fronteiras. O festival, que teve no ano passado a sua primeira edição, regressa ao norte do país, entre 1 e 6 de Maio, e apresenta 16 espectáculos em três cidades anfitriãs: Braga, Barcelos e Maia.  Partindo de uma ideia da Companhia de Teatro de Braga (CTB) e numa parceira com a Eurásia Theatre Association, que reúne representantes de instituições culturais de 23 países da Ásia e Europa, a MIT 23 contará com cerca de 50 representantes de oito nacionalidades. Além de Portugal, o evento receberá espectáculos e artistas vindos de Itália, Chipre, Ucrânia, Geórgia, Cazaquistão, Uzbequistão e Quirguistão, que irão actuar no Theatro Circo, em Braga, onde a CTB é residente; no Teatro Gil Vicente, em Barcelos; e na Quinta da Caverneira, na Maia.   ©DR1964   “Esta Mostra Internacional visa contribuir para a paz, a diversidade cultural e a coesão social, através da arte teatral”, avançou Rui Madeira, director da companhia bracarense durante a apresentação do projecto à comunicação social. Acrescentou ainda que na edição deste ano haverá “lugar para uma homenagem à luta pela liberdade travada pelo povo ucraniano e os seus artistas” e que o resultado das bilheteiras dos espectáculos Pássaros e Northern Lights serão intei